"Lembro-me como se fosse hoje quando você disse que iria esperar eu terminar os estudos, entrar na faculdade e ser uma mulher independente para a gente se casar. Estávamos no final do verão de 92. De lá pra cá já se passaram 17 anos de muitas histórias. Histórias essas que são capazes de render uma noite inteira de conversas só com nossas aventuras e desventuras dignas de um folhetim. Costumo reproduzir quase fielmente aos amigos essas passagens de nossas vidas. Mas, nunca contei a ninguém o que acontecia de fato nos bastidores. Talvez por medo de descobrirem que por trás dessa grande mulher que todos dizem que sou existe um homem maior ainda: você, Flavio, que conheço há mais da metade da minha existência. Seja como protagonista, coadjuvante ou lanterninha você sempre esteve do meu lado dando o melhor de si sem se queixar da grandeza do papel a você reservado. Você estava lá, de terno preto e rosa vermelha na boca me convidando para dançar tango quando não quis fazer festa de 15 anos. Bateu seu primeiro carro na garagem do prédio de minha mãe porque estava mais nervoso do que eu que iria fazer a prova da recuperação de Física. Que gritou de alegria quando soube que eu havia passado no vestibular para cursar Comunicação Social. Que comprava revistas e jornais para mostrar aos amigos todo orgulhoso minhas matérias. Que me ensinou a gostar de rock, me convenceu a aprender inglês, me deu a mão quando viajei de avião pela primeira vez, me ensinou a gostar mais de mim mesma. Não sei como é viver sem você, pois quando te olho me reconheço. E por isso é que fiz esse preâmbulo antes de fazer meu compromisso diante de nossos familiares e amigos aqui reunidos. Para que você possa compreender o porque de eu prometer a você, meu Grande Amor, a minha Vida, o meu Amor, a minha Fidelidade e a minha eterna Gratidão, que são tudo o que tenho e levarei daqui, além de você no meu coração."
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